quinta-feira, 14 de junho de 2007

Celular com tecnologia brasileira chega primeiro a El Salvador

O MG 230, da LG, deve ser lançado em julho pelas operadoras Telecom Personal e Telemovil. Negociações com TIM, Vivo e Claro estão encaminhadas

A produção em massa do primeiro celular desenvolvido com tecnologia brasileira, anunciado na quinta-feira (31/05), será direcionada para duas operadoras GSM em El Salvador, na América Central, informou Volnys Bernal, diretor do LSI-TEC, durante coquetel de anúncio do produto, na noite de ontem.

O LG MG 230, telefone de geração 2,5 resultado da parceria entre a empresa coreana, o Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da USP (LSI) e a Zetta Tecnologia, está em fase de homologação naquele país. Ele deverá ser comercializado pela Telecom Personal, que pertence ao mesmo grupo que a Claro (Telmex), e pela Telemovil, a partir de julho.

Eduardo Toni, diretor de marketing da LG, declarou que as negociações com as três principais operadoras do Brasil — Claro, Tim e Vivo — já estão encaminhadas. O Prof. Dr. João Antônio Zuffo, fundador do LSI, acredita que o aparelho deve estar disponível no Brasil no próximo semestre.

Bernal, do LSI-TEC, conta que a equipe de engenheiros está desenvolvendo atualmente um modelo de celular aberto, ou seja, independente de operadoras, que deve ser comercializado na Bolívia.

Coreanos de volta para casa
No mesmo dia do anúncio do celular, uma equipe de seis profissionais coreanos se despede do Brasil. Eles, que trabalham para a Teleworks, parceira da LG, chegaram ao país em dezembro para repassar o conhecimento da plataforma de desenvolvimento da empresa a 40 profissionais brasileiros.

Foram seis meses de “On the job training” (em tradução livre, treinamento por meio do trabalho), relata Bernal. “Nos primeiros meses, a equipe desenvolveu um projeto fictício, para testar a confiança da LG. Depois, no final de março, iniciaram o desenvolvimento real”, relata o diretor do LSI-TEC.

O projeto, entretanto, começou no primeiro semestre de 2006. Uma equipe de quinze pessoas foi treinada tanto na tecnologia CDMA quanto GSM — tecnologia escolhida para o desenvolvimento após a Vivo anunciar que também atuaria nesta plataforma.

“A idéia é ter um spinoff da equipe [torná-la independente] e, a partir dessas pessoas, formar novos profissionais, que trabalhem sem depender de orientação externa”, explica Zuffo, da Poli.

De acordo com Zuffo, a LG oferece um modelo de negócio e terceiriza o desenvolvimento de software para parceiras, como a Zetta, no Brasil. Além do benefício comercial proveniente da transferência de tecnologia, o desenvolvimento do sistema operacional em terras nacionais elimina entre 5% e 10% nos custos com royalties, segundo o diretor de Marketing da LG.

Tony conta que a empresa investiu 8 milhões de reais em estrutura e treinamento e que, anualmente, investe em torno de 5 milhões a 6 milhões de reais em pesquisa e desenvolvimento (P&D) no País. Em troca, a companhia recebe incentivos da Lei de Informática que, neste caso, prevê o investimento de 4% do faturamento da empresa em P&D.

Há centros de desenvolvimento LG também na Coréia, China, Rússia e Índia.

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