domingo, 17 de junho de 2007

Pedágio 2.0- Para retirar dinheiro do povo fazem tudo

RFID, web 2.0, EDI e web services são as tecnologias que estão por trás do sistema de cobrança eletrônica dos pedágios e estacionamentos do Sem Parar

Um carro com a etiqueta de identificação por radiofreqüência (RFID) instalada no vidro chega à cabine de pedágio e, depois de uma rápida troca de informações entre a tag e o banco de dados, a cancela eletrônica levanta automaticamente, liberando a passagem. Algumas horas depois, o mesmo veículo entra em um shopping center e, ao sair do estacionamento, usa a mesma tag para abrir a cancela. No fim do mês, o dono do carro recebe um extrato com informações de onde e quando a etiqueta com a marca Sem Parar/Via Fácil foi utilizada e o total da fatura a ser paga no banco. Por trás da abertura das cancelas de pedágios e estacionamentos está uma complexa estrutura de troca eletrônica de informações entre diferentes empresas e instituições financeiras.

O grupo STP (Serviços e Tecnologia de Pagamentos) opera o sistema de cobrança eletrônica Sem Parar/ Via Fácil, atualmente disponível em 22 rodovias de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná, e nos estacionamentos do aeroporto de Congonhas e de 11 shopping centers em São Paulo. Atualmente, são 410 mil os clientes e 750 mil os veículos com a etiqueta de RFID. "O diferencial do nosso negócio está na integração, que permite ao cliente usar a mesma tag em locais diferentes e pagar uma fatura só", afirma Pedro Donda, presidente da STP, que em 2006 registrou um salto de 21% no faturamento, para 1,68 bilhão de reais."Desde 2004, entramos numa onda de crescimento acelerado, que fez aumentar o volume de transações e provocou uma sobrecarga operacional", afirma Donda.

No ano passado, a empresa investiu 8,5 milhões de reais em equipamentos e serviços de TI e, em 2007, pretende elevar o orçamento para 10,2 milhões de reais. O objetivo é não só atender ao crescimento do negócio, mas também atualizar a infra-estrutura operacional da empresa, responsável pelo processamento de 12,5 milhões de transações por mês. Para tanto, a STP investiu na consolidação da infra-estrutura de armazenamento de dados. Os discos SCSI, que somavam 3 TB de capacidade total, espalhada entre vários servidores Intel, foram substituídos por um storage (SAN) de 4 Gbps em rede de fibra óptica com um equipamento da HP de 8 TB. Também no ano passado foi instalada uma estrutura de backup em fita (tape library), com velocidade de 4 TB/hora para a transferência dos dados. Alguns servidores funcionam em infra-estrutura de clusters virtuais, hospedados no data center da Diveo. O parque total é formado por 85 servidores, dos quais 40 estão distribuídos pelas concessionárias de rodovias e estacionamentos afiliados. Cabine digitalFabiano Borges, gerente de desenvolvimento organizacional e de TI da STP, diz que o sistema está integrado a 20 instituições financeiras e aos principais cartões de crédito para permitir a abertura das cancelas. "Trabalhamos o tempo todo com informações virtuais", afirma Borges. Ele explica que as cabines das empresas parceiras têm antenas de rádio instaladas na freqüência de 5,8 GHz. Quando o veículo com a tag instalada se aproxima da cabine do Sem Parar/Via Fácil, a antena lê a identificação armazenada no chip da etiqueta e consulta o banco de dados antes de liberar sua passagem. Depois, envia a informação para o sistema da concessionária da rodovia ou do estacionamento, que junta as transações em lotes e as envia para a STP. Após emitir o extrato para o cliente, a empresa remete a ordem de cobrança para o banco. No caso de inadimplência do usuário, a STP atualiza automaticamente os bancos de dados de todas as concessionárias, bloqueando a passagem do veículo. Isso exige a troca constante de informações entre o sistema da STP e os utilizados pelas diferentes empresas e instituições financeiras com as quais opera.

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