sábado, 24 de março de 2007

Apenas um terço dos estudantes brasileiros acessa a internet



Cerca de metade da população estudantil não tem acesso a um computador.
71% dos internautas e 90% dos estudantes utilizam a internet para aprendizado.


Educação e aprendizado são o principal motivo que leva as pessoas a utilizar a internet no Brasil. Mas ainda são poucos os estudantes que têm acesso à rede, segundo uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (23) pelo IBGE, que mostra o perfil do internauta brasileiro.

Das pessoas entrevistadas, 71,7% disseram utilizar a internet para educação e aprendizado (o percentual é de 90% entre os estudantes). O número alto se deve ao fato de a rede mundial ser dominada por uma maioria de pessoas jovens, muitos deles estudantes.



Para se ter uma idéia, pouco mais de um terço dos estudantes brasileiros (36% ou 14 milhões de pessoas) acessa a internet. O número é baixo. No resto da população brasileira, no entanto, esse percentual é ainda menor: 16% das pessoas que não estudam usam a rede. O resultado desses dois números é que apenas 21% dos brasileiros podem ser chamados de internautas (32 milhões de pessoas).

A pesquisa aponta também as maiores barreiras para melhorar esses números. Cerca de metade da população estudantil (50,6%) não usa a internet por não ter acesso a um computador. Entre os não-estudantes, é menor o número de pessoal sem computador, cerca de um terço. A explicação, segundo o IBGE, é o baixo número de computadores nas escolas. Apenas 18% dos estudantes acessaram a internet em estabelecimento de ensino. Cerca de 5% disseram utilizar somente esse local.

Além de haver poucos computadores com acesso à internet nas escolas, há poucas opções de internet gratuita. Apenas 10% dos entrevistados disseram ter utilizado centros públicos de acesso à rede.

Outro problema: de cada cinco estudantes, um não sabe usar a internet. O percentual é praticamente o mesmo da população de não-estudantes. A pior situação foi encontrada no Amazonas, onde 41,3% das pessoas não sabe usar a rede. Em Roraima e Amapá, o percentual equivale a cerca de um terço da população. Nos estados do Sul e Sudeste, gira em torno de 15%.


"Os estabelecimentos de ensino que disponibilizam o acesso à internet para os seus alunos possibilitam a utilização desta rede por aqueles que não teriam como utilizar este recurso em outros locais, o que contribui para ampliar a parcela da população que utiliza esta ferramenta virtual", diz o IBGE.


Na população dos estudantes usuários da Internet, a proporção dos que a utilizaram para educação e aprendizado foi destacadamente a mais elevada (90,2%), vindo depois, mais distanciadas, as dos que a acessaram para comunicação com outras pessoas (69,7%) e atividades de lazer (65,5%). A proporção dos estudantes que a acessaram para a leitura de jornais e revistas alcançou 40,7% e as referentes às demais finalidades ficaram abaixo de 20%.


Jovens

O fato de haver mais internautas entre os estudantes do que entre as pessoas que não estudam, ajuda a definir o perfil do internauta brasileiro.

“Considerando a população por faixas de idade, verificou-se que a utilização da internet estava mais concentrada nos grupos etários mais jovens”, diz o IBGE.

O brasileiro que utiliza a internet tem, em média, 28 anos. Depois da educação, a maioria diz utilizar a rede para se comunicar com outras pessoas (é importante lembrar que uma pessoa pode usar a internet com mais de um objetivo).

Essa população jovem também mostra outras preferências na hora de navegar pela rede. Mais da metade dos entrevistados (54,3%) disseram usar a internet para atividades de lazer e quase metade (47%) utiliza para ler jornais e revistas.

Outros quatro pontos que definem o perfil do internauta são:

1-) O nível de escolaridade do internauta é praticamente o dobro (10,7 anos de estudo) em relação às pessoas que estão fora da rede;

2-) O número de homens (22%) é praticamente o mesmo do de mulheres (20,1%). A diferença é que as internautas são maioria entre os menores de 24 anos e minoria na população acima dessa idade;

3-) O salário médio de quem acessa a rede é de R$ 1.000, praticamente o triplo em relação aos sem internet (R$ 333);

4-) O percentual de pessoas que utilizaram a internet é maior entre os profissionais das áreas de ciências e artes (mais de 70% utiliza a rede). Ainda entre os trabalhadores, os maiores percentuais de internautas estão entre militares e funcionários públicos (48% acessam a internet), seguidos pelos empregadores (40,6%) e pessoas com carteira de trabalho assinada (32,6%).

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