





A melhoria de qualidade de imagem trazida pelo Blu-ray, o novo formato de alta definição de vídeo, é gritante como um hipopótamo cor-de-rosa.
Testado pela Folha com exclusividade, o BD-P1200, da Samsung (R$ 4.999, www.samsung.com.br), é um dos primeiros aparelhos de Blu-ray a chegar ao país, apresentando a competência do novo formato para dar realismo às imagens.
As cores são reproduzidas com enorme nitidez, enquanto o brilho ajuda a conferir uma boa luminosidade. Detalhes como a textura de algumas superfícies são exibidos com uma fidelidade impressionante.
Compatível com sistemas de áudio 5.1, a qualidade do som também chama a atenção; os ruídos são reproduzidos de maneira mais pura.
Comandos
Mas, apesar de todo esse apelo de sedução, o Blu-ray ainda não colocou todas as suas armas à mostra. Isso porque, por ser uma mídia nova, ainda não há muitos filmes que fazem proveito de todos os recursos possíveis.
Assim, o telespectador pode se frustrar ao acionar um comando pelo controle remoto e descobrir que a função não está disponível.
Uma das maiores decepções no teste, com os filmes "xXx" (2002) e "Stealth" (2005), foi verificar que os títulos não ofereciam a opção de mudar o ângulo da câmera para assistir às cenas sob outra perspectiva nem de realizar buscas por cenas. Por esse mecanismo, o telespectador poderia pesquisar por atores, por personagens ou por cenas. Os resultados seriam exibidos em miniatura, o que facilita a navegação.
Ainda assim, os recursos do Blu-ray são bem mais versáteis que os do DVD. Para adiantar ou colocar uma cena em câmera lenta, há várias velocidades disponíveis, sendo possível até uma passagem quadro a quadro.
Outro recurso interessante é a marcação de favoritos: pelo controle remoto, o usuário marca os trechos de que mais gosta e passa a poder voltar a eles por um menu especial -se o disco for retirado, a seleção é apagada.O BD-P1200 também lê DVDs e CDs comuns e regraváveis, discos de MP3 e cartões de memória (Memory Stick, SD e Multi Media, entre outros).
Sobrevivência
O Blu-ray é uma das possibilidades para os filmes de alta definição; a outra responde pelo nome de HD DVD. Ambos disputam o posto de substituto do DVD, formato que vai sendo ultrapassado pelo aumento de qualidade que essas novas mídias proporcionam aos filmes.
A melhora de performance se deve, em grande parte, à maior capacidade desses discos. Isso porque o espaço que pode ser preenchido por dados e informações é convertido em imagens e som detalhados e em novas funções.
Enquanto um disco de DVD comum dispõe de 4,7 Gbytes para armazenar conteúdo e o DVD de camada dupla (dual-layer) oferece 8,5 Gbytes, a capacidade de um disco Blu-ray é de 25 Gbytes, podendo até chegar a 50 Gbytes, no caso de um disco de camada dupla. No caso do HD DVD, o espaço oscila entre 15 Gbytes (comum) e 30 Gbytes (camada dupla).
Essa diferença de capacidade encorajou Frank Simonis, diretor do braço europeu da Blu-ray Association, a afirmar que, em três anos, a mídia derrotará o HD DVD de uma vez por todas.
Fica difícil, porém, garantir isso quando o grupo apoiador do HD DVD conta com nomes de peso como Toshiba, NEC, Sanyo, Microsoft, RCA e Intel.O Blu-ray, por sua vez, tem apoio da Sony e de estúdios como Columbia, MGM, Disney e 20th Century Fox.
Enquanto a queda-de-braço persiste, o consumidor tem a difícil tarefa de, na hora de comprar um aparelho de vídeo de alta definição, optar por um dos formatos sem saber qual deles sobreviverá.
Uma saída é adquirir um aparelho capaz de reproduzir ambos os formatos, solução que já vem sendo apresentada pela LG e pela Hitachi.
Para apreciar os formatos, é preciso dispor de uma TV de alta definição.
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