quarta-feira, 23 de maio de 2007

MySpace faz acordo com procuradores dos EUA

A popular rede social na Internet MySpace, controlada pelo grupo de mídia News Corp., anunciou hoje que chegou a um acordo com procuradores-gerais de oito Estados norte-americanos e elaborou um mecanismo legal para lidar com informações de criminosos sexuais que usam o seu serviço na Web.
Na semana passada, uma coalizão de autoridades judiciais dos Estados Unidos criticou a News Corp. por não divulgar informações sobre os perfis de condenados por crimes sexuais usando o MySpace.

O serviço online disse que já identificou, bloqueou e apagou "alguns milhares" desses perfis, mas recusou-se a compartilhar essas informações, citando uma lei que proíbe a divulgação sem ordem da Justiça. Na quarta-feira passada, o MySpace e os procuradores-gerais chegaram a um acordo.

Representantes do MySpace disseram que sempre tiveram a intenção de fornecer informações para autoridades judiciais, mas que estavam tentando trabalhar em um processo legal para lidar com esses dados.

"Quando removemos pessoas de nosso site, nós sempre temos em mente os aspectos jurídicos de se fazer isso", disse o vice-presidente de Segurança do MySpace, Hemanshu Nigam, em entrevista.


MySpace apaga perfis de criminosos sexuais
A popular rede de relacionamentos online MySpace informou que identificou, removeu e bloqueou "alguns milhares" de usuários do site condenados por crimes sexuais entre os 175 milhões de perfis no serviço, como parte de um programa para proteger jovens.
A medida foi adotada um dia após procuradores-gerais de oito Estados norte-americanos terem exigido à empresa, controlada pela News Corp., que entregasse os nomes e endereços dos criminosos e que apagasse seus perfis.

"Embora vários procuradores-gerais tenham nos pedido para entregar os nomes de predadores sexuais a eles, estamos, infelizmente, proibidos por leis federais e estaduais de fazer isso", disse o chefe de segurança do MySpace, Hemanshu Nigam, em comunicado.

Estados dos EUA pedem a MySpace dados sobre criminosos sexuais
Oito procuradores norte-americanos exigiram nesta segunda-feira que o site MySpace entregue a autoridades os nomes e os endereços de milhares de criminosos sexuais condenados que supostamente estão usando a rede de relacionamentos online para entrar em contato com crianças.
O procurador-geral de Connecticut, Richard Blumenthal, junto com seus colegas de outros sete Estados dos EUA, fez a exigência em uma carta à unidade da News Corp., do magnata do setor de comunicações Rupert Murdoch. Ele disse ter o conhecimento de que vários criminosos sexuais têm cadastro no site, de acordo com uma investigação feita por uma empresa, mas não deixou claro qual é a fonte da informação.

"Misturar criminosos sexuais com crianças no MySpace é uma receita para a tragédia", disse Blumenthal em um comunicado. "O MySpace é mais do que um lugar para amigos se encontrarem. É um parquinho para predadores". Os procuradores-gerais da Geórgia, Idaho, Carolina do Norte, Ohio, Pensilvânia, Mississippi e New Hampshire também assinaram a carta à unidade da News Corp. pedindo pela entrega das informações.

O MySpace tem sofrido diversas críticas por não tomar medidas suficientes para proteger jovens quem usam o serviço contra predadores sexuais que se passam por adolescentes.


Estudo aponta semelhança entre pedófilo virtual e real
Homens que fazem download e distribuem pornografia infantil pela Internet compartilham as mesmas características de pedófilos condenados, afirma uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira. Traços como problemas com intimidade e isolamento social podem ser marcadores que ajudam a identificar a minoria de internautas que consome pornografia na Internet e que pode acabar atacando crianças.
"Há muitas características semelhantes entre os dois tipos de pessoas", disse o professor David Middleton, da Universidade De Montfort, na Inglaterra. "Podemos identificar um conjunto de indivíduos em ambos os grupos." Apesar de alguns internautas terem sido considerados culpados de abuso de crianças, Middleton e sua equipe descobriram que a maior parte não tinha qualquer condenação anterior.

A pornografia infantil na Web é um problema crescente no mundo todo. Um grupo britânico de monitoramento, a Internet Watch Foundation, recebeu nos primeiros seis meses de 2006 mais de 14 mil denúncias de conteúdo potencialmente ilegal, um aumento de 50% ante o mesmo período do ano anterior.
Middleton, que apresentou sua pesquisa a uma conferência de psiquiatria em Praga, comparou características psicológicas de 231 internautas condenados e de 191 pedófilos. Dificuldade em estabelecimento e manutenção de um relacionamento compatível em termos de idade foi outra característica comum encontrada nos grupos.

"Quanto mais destes marcadores eles têm em suas características psicológicas, mais inclinados eles podem estar a intensificar seu comportamento", disse o pesquisador.

EUA: 42% dos jovens já viram pornografia na Web
Cerca de quatro em cada dez adolescentes norte-americanos com idades entre 10 e 17 anos já viram pornografia enquanto navegavam pela Internet. Segundo pesquisa, dois terços deles afirmaram que viram conteúdo adulto sem terem intenção.
Muitos dos contatos com pornografia online, tanto intencionais quanto acidentais, aconteceram por meio de programas de troca de arquivos, afirma pesquisa da Universidade de New Hampshire. "Apesar de haver evidência de que a maioria dos jovens não ficou aborrecida quando encontrou pornografia indesejada na Internet, isso pode ter impacto em alguns jovens na comparação com os contatos voluntários", afirma estudo.

"Alguns jovens podem estar psicologicamente despreparados para essa exposição indesejada e as imagens online podem ser mais explícitas e extremas que pornografia disponível em outras fontes", acrescenta o levantamento.

O estudo, publicado na edição de fevereiro do periódico Pediatrics, veículo noticioso da Academia Americana de Pediatria, é baseado em entrevistas feitas por telefone com 1,5 mil jovens entre março e junho de 2005.

De maneira geral, uma parcela de 42% dos entrevistados informou que foi exposta à pornografia online nos 12 meses anteriores ao levantamento. Desse grupo, 66% disseram que não tentaram encontrar o material adulto quando foram expostos a ele. Isso aconteceu algumas vezes por causa de endereços digitados incorretamente, anúncios pop-up ou spam.

O terço restante, que informou que buscou pornografia, tendeu a ser mais composto por garotos que também usaram programas de troca de arquivos para fazer download de imagens, falaram com estranhos sobre sexo, usaram a Internet em casa de amigos ou possivelmente sofriam de depressão.

Os pesquisadores afirmaram que curiosidade sexual é normal entre adolescentes "e muitos podem dizer que visitar sites pornográficos é um comportamento normal em termos de desenvolvimento". Mas a pesquisa alerta que alguns especialistas estão preocupados com que a atividade possa prejudicar valores ou atitudes sociais relacionados a comportamento sexual, levando à promiscuidade ou a atitudes compulsivas.

Médicos, professores, pais e outros "devem assumir que a maior parte dos garotos no ensino secundário e que usam a Internet passou por algum tipo de exposição à pornografia online, assim como acontece com muitas jovens", conclui a pesquisa.

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